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Invasões animais de uma ciência dos afetos.
Última modificación: 19-04-2015
Resumen
A comunicação presentemente proposta desenvolverá a questão do lugar do ‘animal não
humano’ no pensamento social acadêmico e, mais precisamente, de como estudos sobre a
interconexão entre marcadores de sexo e gênero e marcadores de animalidade contribuíram para o
trato de animais enquanto agentes sociais completos – isto é, agentes que são, eles mesmos,
socializados e vetores de uma intenção que não é necessariamente dada, mas que pode haver sido
construída num processo social total. Debruçar-me-ei, sobretudo, sobre o insight de Carol J. Adams
(1994) quanto à utilidade de uma epistemologia relacional – em oposição a substancialista (ELIAS,
[1987] 1994) -, para superar certas limitações da própria análise social clássica e contemporânea a
esse respeito. Demonstrarei como o trabalho de Donna Haraway ilustra bem as consequências da
aplicação radical de uma tal epistemologia e que a aplicação metodológica de sua proposta de modo
de relação entre humano e animal a que chama “viver com” (2003) propicia, por um lado, a
dissolução da percepção de uma homogeneidade animal (DERRIDA, 2002) em favor do
reconhecimento das suas particularidades e da possibilidade de se operar uma multiplicidade de
recortes outros; e, por um lado, a dissolução da excepcionalidade humana ilusória (HARAWAY,
2003) diante deles.
humano’ no pensamento social acadêmico e, mais precisamente, de como estudos sobre a
interconexão entre marcadores de sexo e gênero e marcadores de animalidade contribuíram para o
trato de animais enquanto agentes sociais completos – isto é, agentes que são, eles mesmos,
socializados e vetores de uma intenção que não é necessariamente dada, mas que pode haver sido
construída num processo social total. Debruçar-me-ei, sobretudo, sobre o insight de Carol J. Adams
(1994) quanto à utilidade de uma epistemologia relacional – em oposição a substancialista (ELIAS,
[1987] 1994) -, para superar certas limitações da própria análise social clássica e contemporânea a
esse respeito. Demonstrarei como o trabalho de Donna Haraway ilustra bem as consequências da
aplicação radical de uma tal epistemologia e que a aplicação metodológica de sua proposta de modo
de relação entre humano e animal a que chama “viver com” (2003) propicia, por um lado, a
dissolução da percepção de uma homogeneidade animal (DERRIDA, 2002) em favor do
reconhecimento das suas particularidades e da possibilidade de se operar uma multiplicidade de
recortes outros; e, por um lado, a dissolução da excepcionalidade humana ilusória (HARAWAY,
2003) diante deles.
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